Monday, May 19, 2008

Bluesbreakers quebram a tristeza e o frio paulistano.

John Mayall, aos 74 anos de idade, é considerado o pai do blues britânico e sempre esteve bem acompanhado de bons músicos, como Eric Clapton, Mick Taylor, John McVie, Jack Bruce entre outros.

Em sua passagem pelo Brasil neste final de semana no Via Funchal, a platéia esperava com uma certa frieza o blueseiro britânico.

Às 22 horas, os Bluesbreakers (formado por Buddy Whittington nas guitarras, Joe Yuele na bateria e Hank Van Sickle no baixo) subiram ao palco sem John Mayall, mas com a participação especial do guitarrista brasileiro Big Joe Manfra. Tocaram duas músicas e o simpático Buddy chamou ao palco a atração da noite.

Mayall entrou correndo, mostrando grande vigor físico e apresentou, por duas horas, um show espetacular, onde cantou, tocou piano, gaita e guitarra.

Impressionante como John Mayall sempre teve apreço por guitarristas carismáticos e sempre procurou os melhores para os Bluesbreakers, formado em 1966.

Quando os Bluesbreakers voltaram, Mayall reformulou a banda e convidou Buddy Whittington para o posto; até então, um guitarrista desconhecido e com a árdua tarefa de substituir Coco Montoya.

Mas Buddy é um exímio guitarrista, um gordinho bonachão, com um fraseado limpo e impecável.

Quando Mayall anunciou “Hideaway”, composição de Freddy King presente no álbum de estréia dos Bluesbreakers (com Eric Clapton), Buddy foi à farra... Tocou vários riffs do Led Zeppelin, levando a platéia ao delírio. Não contente com a sua performance, engatou “Garota de Ipanema” com sua guitarra poderosa e limpa em homenagem ao Brasil.

O show foi uma verdadeira performance de músicos competentes, onde o maestro grisalho honrou o título de “Father of the British Blues”, reconhecendo o talento de cada integrante da banda.

No bis, chamou Big Joe Manfra, apresentou-o à platéia e deixou-o tocar livremente sua Fender Strato, duelando com Buddy e tornando o show ainda mais atraente.

Sejam bem-vindos, John Mayall’s Bluesbreakers, a força do blues sempre estará viva com sua existência.

8 comments:

Eric Gomes said...

mandou bem maninho
big hug

Anonymous said...

Simplesmente lindo.

Anonymous said...

É um verdadeiro crítico da Folha de São Paulo!
Ótimo comentário!
Abs.

Anonymous said...

Wagner, muito bom seu comentário.
Aliás preciso dar os parabéns a vc pelo seu trabalho.
Não sei se vc sabe, mas eu gosto muito de blues.
Faz parte da minha viagem até meu trabalho, ouvir vários tipos de músicas inclusive B.B. King, a voz dele e o som da guitarra...Sem comentários.
Não sei se vc sabe, mas ele (B.B.King) já esteve aqui em Bauru, infelizmente não pude ir assistí-lo.
Quando fiquei sabendo os ingressos já haviam se esgotado.
Um grande beijo!

Laura Lacerda Fonseca said...

é, nada como o bom e velho pai do rock´n´roll pra nos fazer emocionar. Aposto que vc ficou EMO de alguma forma com o "velhinho". Aliás, como disse o Antonio, verdadeiro crítico! Mas vou mais além, vai pra Veja, filho!...rs.
Aposto que saiu de lá falando: docaralho!...rs

Bjs Wagnão.

Anonymous said...

Bluesman é igual whisky, quanto mais velho, melhor! Valeu Wagnão!

Cesar Ramos said...

Cara tu falou com muita propriedade....fez a gente viajar neste show!! valeu abçs

Anonymous said...

Parabés pelo blog!!
Tá massa.
Os textos ficaram muito bons, de prima.